
Por Thiago Dias
Tenho um amigo paulistano que morou 10 anos em Ilhéus. Estudou administração e acumulou experiência com empregos em hotéis ilheenses. Hoje, ele trabalha numa agência de turismo em São Paulo. Certa vez, me escreveu para contar:
– Velho, estou trabalhando no atendimento aos clientes. Veja o que aconteceu. Uma família (casal e dois filhos) enviou um e-mail, para reclamar da estadia em Ilhéus. Detonaram a cidade. Disseram que a diferença entre as fotos e o que encontraram foi muito grande. Reclamaram do fedor de lixo pelas ruas. Falaram que o hotel era bom, mas, foram alertados para não “vacilar” nas redondezas, pois o risco de assalto era grande. Também criticaram as poucas opções de lazer à noite.
Não tive argumentos para respondê-lo. Disse apenas que sentia vergonha. “Eu também”, confessou meu amigo.
Esse diálogo aconteceu em meados de 2012, no auge do [des]governo Newton. Com tristeza, meu amigo temia não poder indicar Ilhéus como destino turístico para outros clientes. Apesar do carinho que nutre pela cidade, precisa manter o emprego.
No final do primeiro ano de mandato do prefeito Jabes Ribeiro, continuo sem argumentos para defender a presença de turistas em Ilhéus. Embora o erário sofra pelo serviço de coleta de lixo, os espaços públicos continuam sujos. E esse é um problema superficial (nos dois sentidos) e, portanto, teoricamente fácil de se resolver.
No Pontal, a Praia Me Ache é só um exemplo do problema. As imagens dessa publicação foram registradas no último domingo (15).
