Por Mohammad Jamal
Coisas estranhas estão acontecendo e pontuando com alguma freqüência o meu dia-a-dia desde o início da semana passada. Um desconforto atávico e intermitente; uma inquietação que não consigo descobrir onde nasce; uma falta do “não sei o quê”; uma ausência existencial dum presencial desconhecido, quase mítico, me faz com mãos trêmulas, frias, suadas. Um vazio do vazio de que? Um Mara. Uma saudade anônima, apócrifa, impregnada duma alquimia kafquiana travestida numa realidade insondável, literalmente imperscrutável. Um vácuo.
Seriam avisos premonitórios supra-espirituais? Sensações de êxtase catártico? Pré-sintomas de depressão seguida de síndrome do pânico? Estaria eu no transcurso duma gravidez? Dizem que o homem às vezes é emprenhado duma gravidez psicológica, claro, não androgênica… Não Sei. Nunca fiquei grávido, senão de ideias e conceitos políticos-filosóficos contraditórios, de uma complexidade filosófica agressiva, que me faz buscar continuamente em Nietzsche todos os meus elementos antikantianos. O que sei, são de inquietações recorrentes do vácuo que me acometeu nessa semana tediosa e insipiente. Ócio intelectual…