
Reportagem: Thiago Dias
Na quarta-feira (30), entrevistamos caminhoneiros que estão esperando para descarregar soja no Porto de Ilhéus. Para alguns, a espera já dura dez dias. Empresas como Cargil e Noble autorizaram o transporte, mas, não há espaço no armazém do porto, nem navios para embarcar a carga. A falta do serviço de agendamento causou o erro logístico.
A maioria dos caminhoneiros é do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e oeste baiano (Barreiras e Luís Eduardo Magalhães).
O gaúcho e gremista Gilberto Charneski afirmou que “o porto seco de Ilhéus não oferece a mínima estrutura” aos usuários.
Ilhéus tem um porto seco, construído pela Petrobrás na rodovia Ilhéus-Itabuna, a estrutura está abandonada. O local a que o senhor Gilberto se refere funciona de forma improvisada, no Iguape. Usá-lo custa R$ 20.
A estrutura não tem estacionamento e, de acordo com os caminhoneiros, a água do banheiro é imprópria para humanos. Para tomar banho, eles alugam os banheiros dos moradores do bairro. Por falta de segurança, alguns já foram furtados.
A MS Porto Seco é a responsável pela cobrança da taxa. Se não pagá-la, o caminhoneiro não entra na fila de espera. A representante da empresa não quis dar entrevista.

Há um impasse sobre o valor do tempo perdido. Os caminhoneiros querem receber R$ 1 real por hora, multiplicado pelo número de toneladas. O caminhão de Gilberto, por exemplo, está parado há 7 dias, com 37 toneladas de soja.
A transportadora Rodoviva ofereceu R$ 60 aos seus contratados. Eles recusaram e acionaram o sindicato. Não existe estimativa de quando poderão descarregar a mercadoria.

É injusto o que estão fazendo com o meu pai,tantos dias parados para descarregar.
QUE VERGONHA.