Por Jorge Hori/publicado no blog do autor
O Brasil é um país rico em recursos naturais, deve explorá-los para promover o seu desenvolvimento e proporcionar a melhoria de vida da sua população.
Mas essa visão dá margem a equívocos e distorções que só causam prejuízos ao país e aos brasileiros.
A descoberta de jazidas minerais é logo vista como uma imensa riqueza, disponível, quando é apenas um potencial que, para se transformar em riqueza, requer antes muitos investimentos.
Gera a ambição de oportunistas que montam complexas engenharias financeiras para a sua viabilização, nem sempre baseadas em premissas reais.
Pequenas e médias mineradoras – medidas na escala mundial – se lançaram em novos empreendimentos, inclusive no Brasil, mas já suspenderam os investimentos, após terem iniciadas algumas obras.
O resultado final é de devastação de áreas naturais e de obras abandonadas.
A descoberta de jazidas de minério de ferro na Bahia e no Rio Grande do Norte, são dois casos mais recentes da ilusão do “ouro de tolos”. Com consequências desastrosas.
No Rio Grande do Norte, a Mahag controlada pela trading Noble Group, com sede em Cingapura, iniciou a mineração de ferro, mas já a desativou, diante da queda das cotações da commodity. A Noble lançou-se em outros investimentos no Brasil, na área dos grãos e do etanol, acumulando grandes prejuizos. Recentemente vendeu parte dos seus negócios para a chinesa Cofco.
Na Bahia, o interesse inicial foi de um grupo indiano (Zamin Ferrous), que vendeu o projeto de mineração para uma empresa do Cazaquistão (ENRC) Essa também suspendeu os investimentos diante da queda das cotações, das incertezas com relação ao escoamento e ao novo marco regulatório da mineração.