Os que passavam pelo vexame contavam que no Morro de Pernambuco aparecia um frade morto oferecendo um tesouro escondido no fundo do mar. As mulheres e as crianças que iam buscar água potável no morro, num local chamado de “bica” próximo ao mar na “boca da barra”, às vezes eram surpreendidas com o aparecimento da assombração.
Na época, o senhor Arquimedes Conceição de Amorim tinha 10 anos. Foi ao morro brincar e colher frutas num “pé de jambo” que se inclinava para o lado da praia. Ele e os amigos estavam jogando pedras nos frutos do jambeiro para facilitar-lhes a queda, quando viu um frade flutuando sobre a árvore e gritou apavorado: “parem de jogar pedras, que aqui tem um frade fazendo assombração!”.
Não deu outra. Correram desesperados do local, deixando para trás os vasilhames (latas, panelas, baldes, etc.).
José Rezende Mendonça é técnico aposentado da Ceplac e memorialista. Escreveu o livro de “Pontal: ontem e hoje” (2014).