Por Ismail Abéde
Mais uma vez , a ENRC (matriz da BAMIN – Bahia mineração) se vê envolvida em problemas ao redor do mundo. A empresa que foi recebida de braços abertos pelo Governo do Estado da Bahia, além de ter sido processada na alta corte de Londres pela Zamin/Ardila (que reclama não ter recebido US$ 220 Milhões pela venda do projeto pedra de ferro), agora recebe acusação formal do governo do Reino Unido por não respeitar os direitos humanos nos locais de suas minas no Congo. Entre outras, foi acusada de negar o acesso das comunidades atingidas a água potável.
As comunidades vizinhas à poligonal do porto sul devem estar cientes do tipo de tratamento que teriam caso o porto sul fosse um projeto viável. Ou alguém ainda acredita que em Ilhéus seria diferente?
Não bastando todos os escândalos em andamento no país e a inviabilidade do projeto , o Governo da Bahia ainda diz estar muito disposto a dar andamento no projeto do Porto Sul, tendo uma empresa desse quilate como parceira.
Em sua viagem à China em busca de parceiros para o projeto natimorto, o governador da Bahia, o petista Rui Costa, não deve ter sido muito claro aos incautos chineses em relação à lava-jato, petrolão, “Delcidio-gate” e as possibilidades crescentes do impeachment da presidente da república e da prisão do ex presidente Lula, ambos do seu partido.
Os candidatos à moradores da papuda crescem diariamente e os chineses vão querer saber quem serão os seus parceiros no projeto do porto sul e nas mãos de quem terão que entregar o seu dinheiro.
A eles o meu recado- “Quem quiser entrar nessa barca furada, que atire o primeiro bilhão…”
Ilhéus já está com a receita pronta e ainda não se deu conta disso. O dinheiro dos chineses seria bem vindo para investir no turismo, na preservação e divulgação da parte histórica de Ilhéus, no cacau, no chocolate, na pesca artesanal e pequenos agricultores. Chega dessa ideia absurda de porto, que não seria nada além de outro enorme propinoduto inacabado que seria instalado nesse país.
Ismail Abéde é membro da AMORVIJU – Associação dos Moradores da Vila Juerana.
Abaixo, os amigos visitantes do Blog do Gusmão poderão ler reportagens de sites ingleses sobre esse assunto.
http://www.minesandcommunities.org/article.php?a=13298
A ENRC não respeitou os direitos humanos na República Democrática do Congo, diz defensoria do governo do Reino Unido
São pessoas corajosas e bem informadas como esse articulista que ainda me fazem acreditar que há uma solução para o nosso país. Parabéns Dr. Ismail!!
Obrigado Nelson! O país está clamando por mudanças. O povo precisa começar a entender que nós somos responsáveis por tudo o que acontece nesse país. Não podemos nos recolher em um momento tão importante de nossa história. Temos muito trabalho à fazer. Abcs!
Sr. Ismail,
Gostaria de saber qual será o futuro do Projeto Pedra de Ferro em Caetité e Pindaí na Bahia?
Maria Emília, atualmente eu lhe diria que o projeto pedra de ferro “micou”. O preço do minério de ferro caiu muito no mercado externo. Além disso, as duas mineradoras envolvidas brigam na justiça inglesa. Uma quer receber pela venda e a outra não quer pagar. E o minério de baixo teor de Caetité não atrai as grandes mineradoras. Para o projeto ser reativado, o preço do minério teria que triplicar e a briga judicial entre as partes em Londres, resolvida. Sem esquecer que a FIOL teria que estar pronta para escoar esse minério, mesmo que fosse pelo porto de Aratu em Salvador… Estamos muito longe disso… Resumindo, o projeto pedra de ferro atualmente não tem valor algum!