A despolitização da militância do PT é de doer. De um lado, andam fazendo postagens indagando por que o Temer, já que rompeu e golpeia Dilma, não renuncia. Não renuncia porque o seu mandato não é do PT e nem de Dilma. Ele é um golpista, isso é fato, mas é besteirol esse negócio de renúncia. Ele dá golpe porque não precisa renunciar. (Tem uma outra babaquice, que vi depois que escrevi. É uma foto de Dilma como um bocado de militares atrás batendo continência e a frase; ” ela lutou por nós, precisamos lutar por ela agora”. Santo Deus, deve ser por essa “enorme” politização que devemos estar nessa bagunça toda!)
Por outro lado, ficam criando o mito da capacidade de Lula resolver tudo e que morrem de medo dele. É verdade, os golpistas o temem eleitoralmente , mas ele é o grande responsável de ter criado a sua própria arapuca. Não fez nenhuma reforma estrutural, nem mesmo tentou democratizar o sistema de comunicações. Entrou no jogo das elites pensando que seria parte dela (é o tipo da empregada doméstica que acha que é da família) não era, mas elas sempre souberam quem ele era.
Lula pode sim, ainda, realizar um papel na resistência. Sobretudo se aprender a deixar de ser o Lula. Deixar de ser o eterno conciliador e apaziguador das massas e procurar ser um dos porta-vozes dos seus interesses imediatos e históricos, mas isso é quase impossível por sua formação. Lula ainda não é “suco” mas também não é o Super-Homem.
Houve avanços sociais nos governos petistas, mas o que deixou de se fazer é muito maior. É preciso parar de olhar o passado e as mitologias e politizar o presente e resistir ao golpe da direita e dos empresários, mas criando uma pauta mínima de defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores.
Defender os parâmetros legais da Constituição Federal e as conquistas democráticas, mesmo tão poucas efetivamente, não significa, de forma alguma, defender a política econômica e social do governo Dilma.
O governo Dilma é um desastre para os interesses dos trabalhadores e populares e também para a soberania nacional, é indefensável politicamente, o que está a se defender são as regras do jogo democrático e a segurança jurídica que ele deveria ter.
Não é Dilma e o seu governo que é defendido, mas a legitimidade do seu mandato, mesmo o seu exercício tendo sido ruim para soberania nacional e o povo trabalhador.
Luta-se contra a investida golpista da Globo/Fiesp e seu capitães-do-mato no mundo da política e nas instituições do Estado e também contra a continuidade da política econômica neoliberal.
Carlos Pereira Neto é advogado e professor do curso de direito da Universidade Estadual de Santa Cruz.
One response to “NÃO AO GOLPE E NÃO À POLITICA DE DILMA”
ka ka ka… só rindo. Ou esse aí não conhece do que fala ou é um PTralha. Os juristas ontem deram uma aula sobre o pedido de impeachment meu caro, vai dá uma pesquisada na net.
ka ka ka… só rindo. Ou esse aí não conhece do que fala ou é um PTralha. Os juristas ontem deram uma aula sobre o pedido de impeachment meu caro, vai dá uma pesquisada na net.