BLOG DO GUSMÃO

Exame revela que H1N1 não causou a morte do menino de 4 anos; Vida Memorial não entrega prontuário à familia

Leon, de 4 anos, foi sepultado no dia 26 de julho. Foto: arquivo pessoal da família.

Em primeira mão.

O menino Leon Alvino Cotias, de 4 anos, não faleceu em decorrência dos males provocados pelo vírus H1N1, revela exame realizado pelo Laboratório Central de Saúde Professor Gonçalo Moniz, ligado à Secretaria de Saúde da Bahia.

Leon faleceu no dia 25 de julho no Hospital Vida Memorial, localizado em Ilhéus. O falecimento da criança despertou atenção da imprensa e da opinião pública, pois casos de H1N1 (doença extremamente perigosa e com alto poder de contaminação) são raros.

O pai do menino, Lailson Cotias da Silva, tenta conseguir uma cópia do prontuário médico, mas o Hospital Vida Memorial até o momento se recusa a entregar.

O artigo 88 do Código de Ética Médica afirma que os profissionais da área não podem “negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros”.

Após inúmeras exigências de natureza burocrática, como requerimento com assinatura e firma reconhecidas em cartório, ontem (quinta-feira, 01) o pai de Leon deu entrada no pedido de cópia. O Hospital Vida Memorial prometeu entregar na manhã desta sexta-feira, mas na data marcada funcionários avisaram que talvez seja liberada no dia 13 de agosto.

Resultado do exame nega H1N1 como causa da morte da criança. Imagem fornecida pela família.

Segundo o advogado Willian Oliveira, que representa a família de Leon, ligação telefônica de uma pessoa que não quis se identificar pediu que os parentes do menino agissem rápido, pois o prontuário estaria suscetível a alterações.

Outro lado.

O BG conversou por telefone com Guilherme Midlej, diretor do Hospital Vida Memorial. O médico nos disse que está em São Paulo (SP) e todos os pedidos relacionados a prontuários passam por ele. O fato de estar viajando impede a emissão da cópia, mas ressaltou que não há da parte do hospital nenhum obstáculo para fornecer esse direito à família.

Guilherme Midlej disse que estará em Ilhéus na próxima semana e que a cópia será entregue ao pai de Leon.

Sobre a possibilidade de modificação, o médico disse que a suspeita não procede: “prontuário não se modifica, pois está gravado e assinado, eu não sei bem como isso funcionaria”.

O médico se dispôs a prestar mais esclarecimentos ao BG, caso sejam necessários.

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Uma resposta

  1. Só numa cidade como Ilhéus , que uma família precisa esperar um funcionário chegar de viagem ao bel prazer , para ter acesso a documentos do qual é o seu direito . Absurdo , Ilhéus é uma cidade linda , de um povo aprisionado ainda hoje pelo coronelismo ainda . Que vergonha !

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