Em primeira mão.
O menino Leon Alvino Cotias, de 4 anos, não faleceu em decorrência dos males provocados pelo vírus H1N1, revela exame realizado pelo Laboratório Central de Saúde Professor Gonçalo Moniz, ligado à Secretaria de Saúde da Bahia.
Leon faleceu no dia 25 de julho no Hospital Vida Memorial, localizado em Ilhéus. O falecimento da criança despertou atenção da imprensa e da opinião pública, pois casos de H1N1 (doença extremamente perigosa e com alto poder de contaminação) são raros.
O pai do menino, Lailson Cotias da Silva, tenta conseguir uma cópia do prontuário médico, mas o Hospital Vida Memorial até o momento se recusa a entregar.
O artigo 88 do Código de Ética Médica afirma que os profissionais da área não podem “negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros”.
Após inúmeras exigências de natureza burocrática, como requerimento com assinatura e firma reconhecidas em cartório, ontem (quinta-feira, 01) o pai de Leon deu entrada no pedido de cópia. O Hospital Vida Memorial prometeu entregar na manhã desta sexta-feira, mas na data marcada funcionários avisaram que talvez seja liberada no dia 13 de agosto.
Segundo o advogado Willian Oliveira, que representa a família de Leon, ligação telefônica de uma pessoa que não quis se identificar pediu que os parentes do menino agissem rápido, pois o prontuário estaria suscetível a alterações.
Outro lado.
O BG conversou por telefone com Guilherme Midlej, diretor do Hospital Vida Memorial. O médico nos disse que está em São Paulo (SP) e todos os pedidos relacionados a prontuários passam por ele. O fato de estar viajando impede a emissão da cópia, mas ressaltou que não há da parte do hospital nenhum obstáculo para fornecer esse direito à família.
Guilherme Midlej disse que estará em Ilhéus na próxima semana e que a cópia será entregue ao pai de Leon.
Sobre a possibilidade de modificação, o médico disse que a suspeita não procede: “prontuário não se modifica, pois está gravado e assinado, eu não sei bem como isso funcionaria”.
O médico se dispôs a prestar mais esclarecimentos ao BG, caso sejam necessários.
Uma resposta
Só numa cidade como Ilhéus , que uma família precisa esperar um funcionário chegar de viagem ao bel prazer , para ter acesso a documentos do qual é o seu direito . Absurdo , Ilhéus é uma cidade linda , de um povo aprisionado ainda hoje pelo coronelismo ainda . Que vergonha !