A Região Cacaueira e o Brasil assistiram, em fins de setembro e início de outubro deste ano de 2019, às denúncias veiculadas na imprensa sobre a existência de trabalho análogo às condições de escravo em fazendas situadas nos municípios de Uruçuca e Ilhéus.
POR: JÚLIO GOMES
Atentatórias aos mais elementares princípios de dignidade humana, a condição de extrema penúria, a precaríssima de higiene e, sobretudo, a dependência absoluta e a falta de liberdade para romper a relação de trabalho a que se encontravam submetidos, fazem com que estes trabalhadores e trabalhadoras estejam, de fato, assemelhados a escravos em pleno Século XXI, o que além de configurar a prática de um gravíssimo ilícito, causa forte repulsa a qualquer pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade.
O perfil das pessoas encontradas nessa condição desumana é invariavelmente o mesmo: descendente direto de africanos ou de indígenas, analfabetos totais ou funcionais, pessoas desprovidas das mais elementares noções de direito e, também por conta disso, cruelmente exploradas, sendo tratadas unicamente como fonte de lucros, da forma mais abjeta possível. (mais…)