Na cultura atual, porém, aquele que observa e se resguarda nesse preceito não faz mais do que se colocar em desvantagem frente àquele que o transgrida. As representações humanas do Estado dão prova disso.
Por: Mohammad Jamal.
Conceituando a complexidade do pensar: as massas. “Amaras ao teu próximo como a ti mesmo”. Essa é a defesa mais forte contra a agressão humana, e um exemplo excelente do antagonismo implícito ao procedimento nada psicológico mesclado à moderna cultura social humanista em algumas populações. No entanto, a força da tecnologia da comunicação em tempo real já deixa à mostra as evidentes mudanças induzidas por inserção aos costumes e à cultura das massas. Acatadas coletivamente por genéricos psiquismos banalizados; após “reformatação” nesse processo, passam a beirar à irracionalidade lógica se comparados aos mínimos resquícios que ainda persistem da velha sociologia e seu culturalismo. Temporalmente, pode-se dizer de ontem, pois ainda estamos por aqui vivis, sem o peso da cronologia de vida que caracterizou o vetusto e longevo Matusalém. Ou não?
Deixe-me comer primeiro, viu! “Amaras a teu…”. Ou amarás ateu? Esse mandamento de difícil observação é impossível de ser cumprido, porquanto ao inflacionar o amor de forma grandiosa poderá diminuir o seu valor rebaixando-o ao nível dos sentimentos inócuos, aos literalmente obsoletos para às relações humanas, com vistas ao que se propõe a premissa que prega amar outros entes. A evolução cultural ou simplesmente a cultura em si, negligencia tudo isso; ela apenas alerta que quanto mais difícil for obedecer a esse preceito, tanto maior será o mérito por tê-lo obedecido, mesmo que apenas em parte. Na cultura atual, porém, aquele que observa e se resguarda nesse preceito não faz mais do que se colocar em desvantagem frente àquele que o transgrida. As representações humanas do Estado dão prova disso.
A culpa é do criacionismo ou do atavismo evolucionista? Quem na sua juventude provou as desgraças da pobreza, experimentou a indiferença e a altivez dos proprietários, dos patrões, dos políticos, deveria estar a salvo da suspeita de não compreender e não demonstrar nenhuma boa vontade com os esforços que combatem a desigualdade de posses entre os homens e o que dela deriva. No entanto, quando essa luta quer invocar a exigência abstrata de justiça em prol da igualdade entre todos os homens, fica muito fácil compreender a objeção de que a natureza, ao dotar os indivíduos de constituições físicas e dons intelectuais extremamente desiguais, estabeleceu injustiças contra as quais não há remédio. (mais…)