
Dois bolsonaristas conhecidos, Milton Andrade, presidente do Sindicato Rural de Ilhéus e Clóvis Junior, empresário, lojista e ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) decidiram apoiar o professor Reinaldo Soares, pré-candidato a prefeito de Ilhéus pelo PTB.
O apoio é importante, uma vez que pode atrair outros comerciantes e produtores rurais.
Por outro lado, com o anúncio, professor Reinaldo opta pelo caminho à direita e abraça de vez o bolsonarismo. Em tempos de Abraham Weintraub, horrendo ministro da educação, a característica que mais salta aos olhos é o desprezo pelo ensino público. A opção é contraditória para um pré-candidato que se identifica como professor.
Nas eleições municipais, assuntos relacionados ao território local prevalecem sobre assuntos de relevância nacional, contudo, desde a redemocratização no início dos anos 80, nunca o ambiente político brasileiro esteve tão polarizado.
Nas eleições de 2018, Haddad e Rui Costa venceram as eleições em Ilhéus. Em agosto de 2019, a avaliação negativa de Bolsonaro na cidade beirava os 50%. A positiva somava quase 18% e a regular 27%, segundo pesquisa realizada pelo professor Agenor Gasparetto. De lá para cá, se houve alteração não foi significativa.
Reinaldo Soares, pelo perfil da novidade que carrega, poderia caminhar à margem do ambiente binário que tomou conta da política brasileira e ter o apoio de muitos jovens, inclusive de esquerda, insatisfeitos com os partidos.
Além do mais, dentro do bolsonarismo, Reinaldo tem tudo para afastar a simpatia da juventude, principalmente de estudantes insatisfeitos com o ENEM e com dificuldades para conseguir financiamento no FIES, além de muitos outros segmentos insatisfeitos com o atual presidente da República.