Por Walmir Rosário.
Sinceramente, não sei como abordar esse assunto, dada sua complexidade e polêmica que poderá causar nas hostes religiosas, culminando com sentença proferida com base no Código Canônico, me condenando a arder no fogo do inferno. Antes disso ainda poderei receber novos castigos como ser excomungado, o que convenhamos não fica bem para um cristão, mesmo assim não me furtarei a abordar o fato.
É que, por acaso, encontrei o jornalista desocupado Tyrone Perrucho acabrunhando. Logo ele que não esquenta a cabeça por nada, ainda mais depois que desafiou a medicina no trato pós-cirúrgico, vencendo de goleada a peleja. Após uma abordagem cuidadosa para não inflamar os exaltados ânimos, finalmente descobri o motivo da prostração. A razão do estado macambúzio tinha como motivo a falta de atenção dispensada a ele por um velho amigo.
Poucas horas antes, ao acessar o whatsapp, Tyrone dá de cara com uma mensagem postada pelo velho amigo Tolé (Antônio Amorim Tolentino), dando conta das novidades. Assim dizia a missiva: “Já voltei pra praça São Boaventura, agora me encontro longe da zona de pecados de outrora”. Um recado alvissareiro e que prometia uma retumbante comemoração pela casa recém-reformada.
Mas que rapidamente, Tyrone dá continuidade ao que pareceria ser mais um proveitoso e auspicioso bate-papo e, quem sabe, contribuir com o planejamento de uma baita festa, daquelas que promoviam nos mais conceituados botequins canavieirenses. Do outro lado do whatsapp, o amigo Tyrone pergunta: “Que ótimo, quando faremos a inauguração festiva da requalificada mansão?”.
Ponto final. O colóquio morreu ali. Tolé não reponde que sim nem que não, muito menos pelo contrário. Esse silêncio ensurdecedor foi o bastante para causar quase a depressão do amigo. E o único remédio conhecido por Tyrone para esses males é rodar um disco de Vicente Celestino e uma cerveja gelada, não importando a marca. E assim cumpriu o destino no bar do amigo Erpídio. Desce mais uma!
Na segunda cerveja toma a decisão de dar uma resposta atrevida ao s desrespeitoso e mal-educado Tolé. Sem pestanejar, começa a escrever: “Apesar do nome santo, sua praça tem longo histórico de profanações. Você mesmo deixou a zona de pecados de outrora e voltou a essa pecaminosa praça de ontem e, quiçá, de hoje”. Juro que ele não falou dos padres, mas daí pra frente me recuso a transcrever para não atentar contra o decoro, muito menos sofrer um processo com base no Código Canônico.
Mesmo assim, Tyrone não se deu por satisfeito e resolveu cometer a indiscrição de retransmitir a despudorada postagem a seu bel prazer. De minha parte, não concordo minimamente com esse bate-boca fora de mesa de bar, que não levará a nada. E o motivo é dos mais simples, há mais de longos 20 anos que Tolé não pertence mais a vida mundana e nem sente falta de uma boa cachaça de folha ou uma cerveja gelada.