Por Julio Gomes.
Não consigo me alegrar com a notícia de que alguém foi morto. Não me venham com essa de que era ligado ao crime, às drogas ou a seja lá o que for. Uma morte é sempre uma perda, não há como ser algo de bom.
Nos dias de hoje, vemos nossos jovens morrendo e matando em disputas de poder ligadas ao crime, às drogas, e não há o que comemorar. Nem como dizer que é menos um, porque no lugar do que se foi entrará outro, alimentando a boca insaciável que traga vidas e destrói destinos.
Alegra-me ver um jovem indo para a escola. Arrumando o primeiro emprego. Casando-se e construindo uma família. Indo frequentar uma instituição religiosa. Sendo pai, ou mãe, e assumindo a paternidade ou maternidade da criança que gerou. Isso traz alegria, e não a morte, que é o contrário, o oposto, o fim de tudo isso.
Para os jovens de hoje tudo ficou mais acessível. Tanto a universidade quanto a prostituição; tanto as boas informações quanto as drogas mais pesadas; tanto o trabalho quanto a marginalização.
É obvio que, em um primeiro momento, as más opções são sempre mais atrativas: o prazer da embriaguez, o ganho rápido no crime na prostituição, o caminho fácil da violência.