O campeão de MMA Cris Weidman, que nocauteou Anderson Silva em sua última luta no início desse mês, enfrentou em dezembro de 2010, Valdir Araújo, lutador ilheense conhecido como “Bebê Monstro”.
O atleta de Ilhéus apareceu no cenário das artes marciais ainda novo, quando se destacou em lutas de Judô e Jiu-Jitsu. Depois de um tempo, recebeu convite para treinar nos Estados Unidos.
Valdir Araújo ficou próximo de finalizar o adversário americano. A luta foi muito dura e o ilheense perdeu por decisão dos juízes.
Bebê monstro mora hoje em Miami, onde treina com o também ilheense Daniel Valverde, capitão da equipe MMA Master.
Entrevista do poeta Ferreira Gullar à Folha Ilustrada. Data 02/06/2010.
Prestes a completar 80 anos, Ferreira Gullar prepara livro inédito de poesia
Por Marco Rodrigo Almeida enviado especial a São Francisco Xavier.
O poeta brasileiro Ferreira Gullar, que venceu a edição 2010 do prêmio Camões.
“Não me sinto com 80 anos. O calendário é que fala isso. Mas não tenho essa idade”, diz, sério, o poeta Ferreira Gullar quando o assunto é seu próximo aniversário, em 10 de setembro.
A tranquilidade associada à velhice, realmente, não se aplica a ele, como sabem os leitores de sua coluna na Ilustrada.
Gullar, que lança em setembro um livro inédito de poesia, “Em Alguma Parte Alguma”, preserva intacto há mais de 50 anos o espírito crítico que faz dele um dos principais, e mais controversos, pensadores do país.
No domingo, um dia antes de ganhar o Prêmio Camões, o principal da língua portuguesa, ele participou do Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier.
Logo após o debate, recebeu a Folha.
Na entrevista, fala sobre governo Lula, o comunismo, eleições presidenciais, criação poética, drogas e sexo.
Leia a íntegra:
Folha – Por sua história política, muita gente estranha o senhor ser um dos principais críticos do Lula.
Ferreira Gullar – Não é que seja um crítico ferrenho, tento ser objetivo. Eu me preocupo com o futuro do meu país. O Lula é um farsante, não merece confiança. Não entendemos o que ele faz.
Como abraçar o Ahmadinejad [presidente do Irã], de um regime que é uma ditadura teocrática, que realizou uma eleição fraudada. O povo protestou contra o resultado e o Lula disse que aquilo é choro de perdedor, como se fosse uma partida de futebol.
E o povo tá na rua, sendo reprimido, gente morrendo. Por que um presidente brasileiro vai dar apoio a um governo desse? Não entendo o interesse do Lula lá. Por que reatou relações com a Coreia do Norte? A Coreia é um regime atrasado, o povo morre de fome, muito atrasado. O povo com fome e o governo fazendo bombas. Não entendo o Lula. É um governo para enganar as pessoas.
Na Bienal de Cultura promovida pela UNE, em 2001, no Rio de Janeiro, presenciei o poeta Ferreira Gullar dando uma sonora bronca no presidente da UNE, Wadson Ribeiro, que numa sessão onde se debatia a formação dos CUCAS (centros universitários de cultura e arte), pregou a “instrumentalização” da arte como um mecanismo para viabilizar o engajamento político dos jovens.
Chateado, o poeta considerou mais ou menos assim: Que papo é esse? Instrumentalizar a arte? Por acaso estamos falando de um objeto? Não estou entendendo nada! Do que vocês estão falando realmente?
Esta gravação foi realizada em 1979, extraída do CD Antologia Poética, de Ferreira Gullar.
Ouça o poema “Notícia da Morte de Alberto da Silva”, recitado por seu autor.